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19 de janeiro de 2017

NO RIO GRANDE DO NORTE, PAZ NO PRESÍDIO DE ALCAÇUZ FOI NEGOCIADA COM FACÇÃO

O governo do Rio Grande do Norte decidiu negociar com o PCC para tentar retomar ainda esta semana o controle da penitenciária estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. O presídio, o maior do estado, foi palco da matança de pelo menos 26 detentos no fim de semana. 

Segundo informações obtidas pelo GLOBO, uma delegada da Polícia Civil e um oficial da Polícia Militar foram designados para conversar com criminosos. O objetivo da negociação é evitar novo confronto com o Sindicato do RN, bando local rival da facção paulista.

Os policiais negociadores receberam a missão de descobrir as exigências dos presos e identificar quais delas poderiam ser atendidas. Uma das reivindicações foi atendida nesta quarta-feira: um grupo de 220 detentos, ligados à facção local, foi transferido do presídio de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal, para a Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP). A retirada dos presos foi concluída entre 18h30m e 18h39m, mais de três horas após as tropas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) entrarem na unidade.

A remoção dos presos foi uma nova tentativa de o estado retomar o controle da unidade. Para a retirada dos detentos, foram usados quatro ônibus de turismo locados. Pela manhã, a Secretaria estadual de Segurança do Rio Grande do Norte já havia transferido 119 detentos do PEP para o Complexo Raimundo Nonato, na Zona Norte da capital potiguar.

Outro pedido: a facção paulista demandou a transferência de cinco detentos, identificados como chefes do bando, para alguma penitenciária federal. O estado já enviou ao Departamento Penitenciário Federal (Depen) a solicitação de transferência desses criminosos.

O setor de inteligência teria escolhido negociar com a facção paulista porque esta teria mais força no estado. A ordem foi para manter diálogo com os detentos cabendo ao delegado-geral de Polícia Civil e ao comandante-geral da Polícia Militar indicar os negociadores.

Na mesma lista de medidas previstas para a retomada do controle de Alcaçuz estão a contratação de 700 agentes penitenciários e a nomeação do procurador Frederico Martins para ser o responsável pelo trâmites jurídicos da crise no sistema penitenciário.
Por Auea Mazda - Globo.

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