Sem acordo com a ala majoritária sobre a forma de escolha da nova direção e, principalmente, sobre o rumo que o PT deve seguir para tentar uma reconstrução, dirigentes da esquerda petista já admitem um racha no partido.
A crise na legenda ficou exposta na sexta-feira, 14, quando o Muda PT, grupo que reúne as cinco maiores correntes de esquerda do partido, divulgou um documento no qual anuncia a realização de uma série de plenárias em algumas das principais cidades do País.
O objetivo dos encontros é mobilizar militantes descontentes com o rumo do partido para pressionar a corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil (CNB), a não adiar para 2017 a renovação da direção petista.
A primeira plenária será nesta segunda-feira, 17, em Brasília, e a segunda no dia 27, em Porto Alegre. Na pauta do Muda PT estão o início, ainda neste ano, dos debates para um congresso nacional que teria plenos poderes para decidir, por meio do voto de delegados, a nova direção, mudanças no programa partidário e a adoção de padrões de conduta ética para todos os filiados.
Em reunião da Executiva Nacional, neste segundo semestre, um dirigente questionou: "Não seria o caso de mudarmos o nome e o símbolo do PT?"
Líderes defendem a criação de uma frente de esquerda com PCdoB, PSOL, PDT e Rede. Em reunião de integrantes da Frente Brasil Popular - formada por partidos progressistas e movimentos sociais um influente petista sugeriu que a frente passasse a aceitar filiações individuais, para disputar eleições.
Uma das poucas esperanças de manutenção da unidade do PT é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceite presidir o partido por um ano e comande uma reconstrução. Semana passada, no entanto, Lula iniciou uma rodada de conversas com as principais forças do partido. O primeiro grupo a ser recebido foi a CNB.
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