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1 de julho de 2016

HWG: 15 PRESOS INTERNADOS E APENAS UM PM NA SEGURANÇA

Defensores p´blico verificaram, durante visita às dependências do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), que dos 54 leitos disponíveis nas enfermarias da unidade, 14 são ocupadas por presos.

Estes, por sua vez, aguardam a realização de cirurgias ortopédicas e até mesmo cardíacas, que são realizadas por hospitais conveniados.

Além disso, como a sala destinada a pacientes deste perfil está lotada, outras enfermarias são ocupadas pelos presos de forma precária, onde a única garantia de segurança é algemá-los aos leitos. A vigilância de acesso aos quartos é feita por um policial militar, em escala de 24h.

Nas enfermarias do HMWG, três das salas comportavam 13 presos. Outros dois estavam no Centro de Recuperação Pós-Operatório. Os que estão nos leitos se queixam do abandono a que estão submetidos. Os casos são dos mais variados. Há paciente com fêmur fraturado há mais de um mês, outro com rejeição de fixadores externos, com risco iminente de infecção, além de apenado que fez a retirada deste material à revelia da equipe médica. “O ‘pino’ era para criança. E me disseram que só havia daquele tamanho. Não suportei e arranquei”, relatou um dos internados.

A longa permanência dos apenados no HMWG cria um clima de permanente tensão naquela unidade hospitalar. Há caso de preso que aguarda por cirurgia há seis meses. “Eles se sentem abandonados e ficam revoltados. Temos relatos de que presos já fugiram das enfermarias. Eles também ameaçam os funcionários, que ficam temerosos”, explicou a diretora-geral do hospital, Fátima Pinheiro.

Conforme a diretora-geral, o problema central reside na ausência de ações dos órgãos de segurança para providenciar a transferência dos presos, que estão sujeitos a sequelas caso não passem pelos procedimentos cirúrgicos o quanto antes. “Os hospitais não se negam, as cirurgias são marcadas. O problema que temos atualmente é com a Secretaria de Justiça e Secretaria de Segurança em relação a escolta desses pacientes, que perdem as cirurgias sistematicamente. Se um preso é operado, no dia seguinte nós os readmitimos para recuperação”, declarou.

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