Páginas

23 de maio de 2016

TEMER: E A PRIMEIRA CRISE DO SEU GOVERNO

Empossado há 12 dias, o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) vive nesta segunda-feira 23 sua primeira grande crise, com a divulgação de gravações entre seu ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), e um dos alvos iniciais da Operação Lava Jato, Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, importante subsidiária da Petrobras.

Entre os muitos detalhes dos áudios, divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, surge uma indicação de que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) era parte de uma estratégia para barrar as investigações da Lava Jato. Em entrevistas concedidas nesta segunda-feira, Jucá, que foi um dos principais articuladores do impeachment, nega que suas falas contivessem referências à Lava Jato.

Qual é a origem das gravações entre Jucá e Sergio Machado?

Na reportagem publicada nesta segunda-feira, a Folha de S.Paulo não informa a origem dos áudios. O jornal diz apenas que as conversas, feitas em março, somam 1h15min e estão em poder da Procuradoria-Geral da República.

Segundo informações de jornalistas do canal GloboNews e da revista Veja, as gravações teriam sido feitas por Sergio Machado e seriam parte de um acordo de delação premiada negociado entre o ex-presidente da Transpetro e a força-tarefa da Lava Jato.

Quem é Sergio Machado?

Machado foi presidente da Transpetro entre 2003 e novembro de 2014, quando se tornou a primeira vítima da Lava Jato e acabou demitido. Ele foi indicado para o cargo pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas é apontado como operador do PMDB na estatal.

Qual é a parte mais importante dos áudios?

O trecho mais relevante das gravações mostra Jucá e Machado dialogando a respeito da possibilidade de muitos investigados na Lava Jato realizarem delações premiadas depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em fevereiro, tornar efetivas as sentenças de prisões a partir de decisões de segunda instância.

A dupla conversa sobre acordos de delação de grandes empreiteiras, como a Queiroz Galvão, a Camargo Corrêa e a Odebrecht, que faria uma delação "seletiva", segundo Jucá, e o então senador, agora ministro, afirma que a forma de "estancar a sangria" é "mudar o governo".

Nenhum comentário:

Postar um comentário