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31 de maio de 2015

APÓS AVC E FICAR EM COMA, VAQUEIRA TREINA PARA VOLTAR AS PISTAS NO PIAUÍ

Superação, força de vontade e amor pela vaquejada. Essas são características que marcam a vida de Maria Angélica Bida Veloso, 20 anos. Natural da cidade de Altos, a 37 km de Teresina, a jovem começou a disputar vaquejadas aos 15 anos, depois de recusar um carro como presente de aniversário do pai e optar por um cavalo. Começava ali a trajetória de vitórias, tanto nas pistas como na vida da adolescente.

A jovem vaqueira começou a virar atração de forma meteórica nos parques de vaquejada, conquistou prêmios em competições importantes do Piauí e virou rainha da vaqueirama na cidade de Altos. Mas a carreira seria interrompida dois anos depois, quando a jovem foi diagnosticada com um angioma cerebral e precisou fazer uma delicada cirurgia na cabeça.

Após o processo cirúrgico, Angélica teve graves complicações, ficou oito dias em coma e nesse período ainda sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que a deixou sem movimentos no lado esquerdo do corpo. Ainda em decorrência das complicações da cirurgia, a vaqueira teve osteomielite, uma infecção no osso craniano que resultou na retirada de toda a massa óssea do lado direito da sua cabeça.
Apesar da gravidade do problema, a adolescente encontrou forças na família e no amor pelo mundo das vaquejadas para superar o drama. Segundo ela, nunca passou pela cabeça desistir de sua grande paixão. "Sempre me mantive confiante. Voltei a montar apenas três meses depois da cirurgia, ainda com o curativo na cabeça", disse.

A paixão por cavalo e por vaquejada é tão grande que a vaqueira piauiense confessa até mesmo ignorar o receio dos médicos em certos momentos. "Minha lesão foi muito grande, mas confesso que não me baseio muito por eles não [risos]. A principal recomendação é montar com capacete para proteger a cabeça", falou.

O pai de Angélica, Francisco Veloso, conta que a paixão por cavalo contribuiu bastante na recuperação da filha. "Hoje nós reconhecemos que chegamos a fazer loucura por ela, pois a levamos para ver o cavalo ainda com a cabeça aberta", disse. Segundo ele, o estado físico da filha logo após o retorno do hospital era lastimável, mas o desejo de voltar a competir e conviver com os animais fez Angélica superar as dificuldades. "Ela tem um amor muito grande pelo cavalo. Acho que ela gosta mais do cavalo do que do pai", disse aos risos.

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