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4 de março de 2015

UM CONGRESSO SOB SUSPEITA PODE AFASTAR A PRESIDENTE?

A questão é simples e direta: com que moral um Congresso sob suspeita poderá encaminhar eventual pedido de impeachment de uma presidente reeleita com 54 milhões de votos, há menos de três meses?

Sim, este é o efeito colateral dos pedidos de investigação apresentados ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Afinal, estão na lista nada menos que os presidentes das duas casas legislativas: o da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Um eventual pedido de impeachment teria que ser acolhido pela Câmara de Cunha e votado pelo Senado de Renan. Qualquer decisão tomada por um outro nessa direção teria cheiro de retaliação.

Além disso, um dos principais líderes da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pediu cautela. Se deve-se ter cautela em relação a Eduardo Cunha e Renan Calheiros, mais ainda em relação à presidente Dilma, que nem sequer foi citada nas investigações. O impeachment é página virada. O desafio, agora, é reconstruir a base política num ambiente marcado pelo ressentimento e pela desconfiança.

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