As ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) passarão a
contar com medicamentos trombolíticos, que podem diminuir em até 17% o número de
mortes por infarto agudo do miocárdio. A portaria que incorpora o tenecteplase
deverá ser publicada nos próximos dias.
O ministro da saúde, Arthur
Chioro, que assinou ontem (28) a nova norma, ressaltou que as doenças do sistema
circulatório são as que mais matam no Brasil. Segundo o coordenador-geral de
Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin Passos, o
tenecteplase é um medicamento aplicado de forma muito simples. Mesmo assim, as
equipes serão treinadas.
“O infarto é a obstrução, o entupimento da
artéria coronária, a artéria do coração. A partir do momento em que a artéria
entope, o músculo do coração para de funcionar, o coração para de funcionar e a
pessoa pode ter uma parada cardíaca. Com esse medicamento, o trombo se dissolve
na hora, e o coração volta a ter circulação e não há parada cardíaca”, explicou
Fogolin.
Segundo Fogolin coordenador, se o sistema de atendimento levar
menos de uma hora para desobstruir a artéria do paciente, há 15% de risco de
morte. Caso a desobstrução ocorra em até duas horas, o risco de morte pode
dobrar. Fogolin citou estudos segundo os quais cidades que usam esse medicamento
no sistema móvel de atendimento podem reduzir em até 17% o número de mortes por
infarto.
Quando o paciente escapa da morte depois de um infarto, ele
ainda pode ficar com sequelas, como insuficiência cardíaca, devido à perda de um
músculo cardíaco, situação que o trombolítico também pode evitar. "Ter esse
medicamento faz a diferença entre a vida e a morte e o prognóstico do paciente
que tem o infarto, porque aquele que não não vai a óbito tem depois uma melhoria
de qualidade de vida muito grande. Fica com menos sequelas, menos complicações",
frisou o ministro.
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