É de lá que partem boa parte das ordens do tráfico de drogas na Grande Natal, bem como para as explosões de caixas eletrônicos que têm aterrorizado o Rio Grande do Norte.
E a voz de comando é dada pela célula da facção criminosa Paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), que possui cerca de 80 membros espalhados por presídios potiguares.
É o que revela o coordenador da administração penitenciaria do Estado, José Olímpico. Segundo ele, 80% do narcotráfico da região metropolitana da capital é coordenado pela facção.
Além disso, somente neste ano, a unidade prisional foi palco de dois assassinatos praticados pelos próprios detentos com disparos de arma de fogo.
No dia 28 de Julho, Antônio Maia dos Santos, o "Baianinho", antigo parceiro de José Valdetário Benevides, o "Valdetário Carneiro", foi morto enquanto que no dia 24 de Abril, a vítima foi o ex-policial militar Roberto Moura do Nascimento, o "Bebeto".
O coordenador revela que foram encontrados vários cadernos contendo o "estatuto" da facção anotado à mão em diversas revistas feitas dentro do presídio de Alcaçuz.
Descobriu-se ainda que 80 detentos eram membros do PCC, selecionados a partir do perigo que representam à sociedade.
"Para entrar na célula da organização, o apenado tinha de ter cometido algum crime barra pesada fora cadeia e também não poderia ser um viciado em drogas". Os envolvidos com a organização criminosa são identificados por tatuagens com desenhos de uma carpa ou do símbolo oriental Yin Yang.
Segundo o coordenador, o objetivo da célula da organização em Alcaçuz é coordenar ações criminosas no estado, sobretudo em relação ao tráfico de drogas e roubo de bancos.
Vários números de telefones de diversos estados do país foram encontrados em celulares apreendidos nas celas. Tais números eram usados para negociar os pedidos de envio de entorpecentes, bem como o de ordenar outros tipos de crime.
Olímpio revela ainda que pelo menos 17 homens que estão foragidos da polícia têm participação nos roubos à caixas eletrônicos com uso de dinamite.
O coordenador diz que após a descoberta da presença do PCC em Alcaçuz, vários detentos envolvidos foram transferidos para diferentes unidades prisionais do estado, com o objetivo de desmantelar sua organização.

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