A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira o ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O mandado de prisão foi expedido pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte e é um desdobramento das delações da Odebrecht.
Há também mandado de prisão contra o ex-deputado Eduardo Cunha, preso desde outubro do ano passado por decisão do juiz Sergio Moro. Henrique Eduardo Alves, próximo ao presidente Michel Temer, pediu demissão em junho do ano passado, após ser citado em delações.
A operação desta terça-feira foi batizada como Manus e apura atos de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro. O nome é referência ao provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, cujo significado é: uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra.
Segundo a PF, cerca de 80 policiais cumprem 33 mandados judiciais, sendo cinco mandados de prisão preventiva, seis mandados de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Norte e Paraná.
A investigação começou após a análise de provas coletadas na Lava Jato que apontaram solicitação e recebimento de vantagens indevidas pelos dois ex-parlamentares na construção da Arena das Dunas, estádio da Copa do Mundo em Natal.
De acordo com a apuração da PF e do Ministério Público até agora, houve sobrepreço no valor de R$ 77 milhões nas obras realizadas, com favorecimento de duas grandes construtoras.
Além das delações da Odebrecht, houve afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos. Foram identificados valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que segundo investigadores consistiram, na verdade, em pagamento de propina. Houve ainda valores supostamente doados para a campanha eleitoral em 2014 a um dos investigados, desviados em benefício pessoal.
Henrique Alves, é primo do ex-presidente do senado, e ex-ministro da Previdência Social, senador Garibaldi Alves Filho, do prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves, e filho do ex-governador do Rio Grande do Norte, e ex-ministro Aluisio Alves, já falecido.
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