Acusado de pagar propinas e cometer crimes financeiros, o empresário Eike Batista reiterou, na quarta-feira, à CPI do BNDES no Senado que fez doação de US$ 2,5 milhões para quitar gastos de campanha do PT, a pedido do então ministro da Fazenda Guido Mantega, mas não respondeu se repassou via caixa dois R$ 5 milhões para a eleição de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, conforme declarou Monica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, em sua delação premiada.
O silêncio do empresário irritou o senador Lasier Martins (PSD-RS), único a fazer perguntas incisivas ao depoente na reunião, que ocorreu esvaziada e onde Eike foi tratado como uma espécie de consultor, sendo questionado a respeito dos setores produtivos no Brasil e razões da crise. Sobre a questão envolvendo Haddad, após consultar os dois advogados que o acompanharam, o empresário se limitou a dizer:
-Estou prestando esclarecimentos às devidas autoridades.
- Para nós não. Nós não somos autoridades. O senhor sabe que CPI tem valor equivalente a processo penal? perguntou Lasier, de forma enfática.
Questionado se as doações a campanhas políticas tinham como objetivo receber algum auxílio nos negócios, Eike afirmou que o interesse do grupo era chamar a atenção do governo para os próprios projetos:
-No fundo, o grupo estava interessado em fazer o governo enxergar a importância estratégica dos projetos.
Lasier Martins afirmou que Eike era “homem de copa e cozinha” do ex-presidente Lula, para perguntar sobre a proximidade entre os dois. O empresário retrucou, dizendo que as reuniões com o petista só começaram em meados de 2012:
- Foi quando comecei a vir mais até Brasília, porque o grupo não tinha recebido áreas de pré-sal. Queríamos até fazer parcerias com a Petrobras, mas éramos persona non grata. Ao ser questionado pelo senador Lasier por que foi preso, Eike manteve-se em silêncio.
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