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6 de setembro de 2017

ANULAÇÃO DO ACORDO DA JBS PODE LEVAR À PRISÃO DE JOESLEY E SEUS CÚMPLICES

Criminalistas que acompanham a Lava Jato avaliam que a consequência mais drástica da anulação do acordo da JBS deve ser a prisão do empresário Joesley Batista, assim como do lobista Ricardo Saud, que teriam omitido informações relevantes nas primeiras acusações que fizeram.

Em entrevista ao Globo, a procuradora Silvana Battini, que é também professora da FGV, lembra que a liberdade dada aos delatores foi parte do acordo. Numa conversa, os dois tratam de como poderiam cooptar o Ministério Público.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de uma investigação para apurar indícios da prática de crimes omitidos por delatores da J&F em um áudio entregue pelo grupo ao Ministério Público, o que poderá levar à rescisão dos benefícios concedidos, mas destacou que as provas apresentadas por eles até o momento continuam válidas.

“Determinei hoje a abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações sobre a participação em crimes”, disse Janot nesta segunda-feira. “São áudios com conteúdo gravíssimo que foram obtidos pelo MPF na semana passada. A análise revelou diálogo entre dois colaboradores com referências indevidas à PGR e ao STF.”

A gravação de quatro horas fazia parte dos documentos entregues pelo grupo na quinta-feira passada referente ao prazo inicial de complementação da delação da J&F, controladora da JBS, que se encerrava naquele dia.

Segundo Janot, os áudios trazem indícios de condutas criminosas atribuídas ao ex-procurador da República Marcelo Miller que era um auxiliar direto dele e que posteriormente foi trabalhar em um escritório de advocacia que trabalhava para a JBS. Essa movimentação de Miller foi alvo de fortes críticas do presidente Michel Temer e de aliados do chefe do Executivo.

O procurador-geral também disse que as conversas citam autoridades da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal. Ele disse que iria submeter a conversa ao ministro do STF Edson Fachin, relator do caso na Corte, a fim de avaliar qual o melhor procedimento a ser adotado.

 

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