Em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal apontou conversas mantidas por mensagens de texto entre os então deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, em período próximo às eleições de 2012, em que eles estariam falando de maneira cifrada sobre repasses do grupo JBS ao PMDB e mencionam então vice-presidente da República, Michel Temer.
Alvos da Operação Lava Jato, Cunha e Alves estão presos preventivamente. O relatório se baseia em mensagens dos celulares de ambos.
Segundo a PF, em um dos trechos, Henrique Alves narra que interveio junto a Joesley Batista, dono do grupo JBS, para que, de 3 "convites" acertados com o grupo JBS, 1 fosse destinado ao Rio Grande do Norte, ao que Cunha reagiu afirmando que "isso vai dar m... com Michel".
A PF afirma que "a utilização do termo 'convites' pode ser uma tentativa de mascarar uma atividade de remessa financeira ilegal". "Caso fosse um procedimento que obedecesse estritamente as normas legais, não haveria o porquê do uso deste termo", diz o relatório.
"Joes aqui. Saindo . Confirme dos 3 convites , 1 RN 2 SP! Disse a ele!", teria dito Henrique Eduardo Alves. "Ou seja ele vai tirar o de São Paulo para dar a vc? Isso vai dar m... com Michel", teria respondido Cunha.
A PF conclui que "Joes" seria Joesley Batista e que "Michel" seria Michel Temer. "A hipótese seria que 3 (três) repasses originados do acerto com o grupo JBS fossem relacionados a Michel Temer, lembrando que era um momento eleitoral, porém houve a intervenção de Henrique Alves para que 1 (um) fosse direcionado ao Rio Grande do Norte, fato que poderia gerar alguma indisposição com Michel Temer, segundo Eduardo Cunha".
Procurados, o Palácio do Planalto e a defesa de Eduardo Cunha informaram que não vão comentar. A defesa de Henrique Alves também não se pronunciou. O empresário Joesley Batista disse por meio de sua assessoria que continua à disposição para cooperar com a Justiça.
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