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6 de agosto de 2017

LÍDERES DE PARTIDOS REAGEM A DECLARAÇÕES DE TEMER

As declarações do presidente Michel Temer sobre o futuro da Lava Jato causaram polêmica no Congresso. Em entrevista exclusiva ao Estado, publicada ontem, Temer disse que as mudanças na Procuradoria-Geral da República (PGR) “darão o rumo correto à Lava Jato” e classificou de “ridículo jurídico” a denúncia contra ele por corrupção passiva – barrada pela Câmara na quarta-feira.

“Não importa se o procurador-geral é A, B ou C. Cabe ao Ministério Público investigar com isenção e é preciso preservar a independência dos Poderes, sem interferências”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP).

Autor da denúncia contra o presidente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixa o cargo no dia 17 de setembro e será substituído por Raquel Dodge. Procurado para comentar as declarações de Temer, Janot não respondeu.

Ao Estado, o presidente também não descartou a possibilidade de troca de comando na Polícia Federal, hoje chefiada por Leandro Daiello. “Este é um assunto que está sendo estudado pelo Ministério da Justiça”, disse ele. “O dr. Daiello está lá há oito, nove anos e fez um belíssimo trabalho.”

Para o deputado Carlos Zarattini (SP), líder do PT, Temer agora faz críticas a Janot e aos rumos da Lava Jato porque as investigações viraram-se contra ele e o PMDB. “Será que o rumo correto seria voltar a focar exclusivamente no PT e no Lula?”, provocou Zarattini. “Eu concordo com muitas críticas à Lava Jato, mas, enquanto a operação atingia o PT, estava tudo certo. Só foram falar mal a partir do momento em que alvejou Temer, o senador Aécio Neves (PSDB) e o PMDB.”

O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), saiu em defesa de Temer e disse que o correligionário nunca interferiu na operação. “A Lava Jato fez um bem muito grande ao País, mas toda operação precisa ter começo, meio e fim, até para não perder o foco jurídico”, afirmou Ramalho. “Mas não é hora de esticarmos essa polêmica.”

Base aliada. Na entrevista ao Estado, Temer também tratou das traições na base aliada e disse que quem não vota com o governo “acabará saindo” da equipe por se sentir “pouco à vontade”. Na votação de quarta-feira, quando o plenário da Câmara rejeitou a denúncia contra Temer, o PSDB se dividiu. Dos 47 deputados da bancada, 22 votaram a favor do presidente, 21 contra e houve 4 abstenções.

As declarações do presidente Michel Temer sobre o futuro da Lava Jato causaram polêmica no Congresso. Em entrevista exclusiva ao Estado, publicada ontem, Temer disse que as mudanças na Procuradoria-Geral da República (PGR) “darão o rumo correto à Lava Jato” e classificou de “ridículo jurídico” a denúncia contra ele por corrupção passiva – barrada pela Câmara na quarta-feira.

“Não importa se o procurador-geral é A, B ou C. Cabe ao Ministério Público investigar com isenção e é preciso preservar a independência dos Poderes, sem interferências”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP).

Autor da denúncia contra o presidente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixa o cargo no dia 17 de setembro e será substituído por Raquel Dodge. Procurado para comentar as declarações de Temer, Janot não respondeu.

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