Mesmo se a reforma da Previdência for aprovada, o governo não conseguirá conter o ritmo acelerado de crescimento da dívida pública. Conforme as projeções divulgadas ontem pela Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal, em um cenário em que as mudanças nas regras da aposentadoria passem pelo Congresso, mesmo que tardiamente, a dívida pública bruta chegará a 92,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.
No ano passado, essa taxa ficou em 69,9% do PIB, de acordo com o Banco Central. Mas, se a reforma não for aprovada, o quadro tende a piorar, e muito, projeta a IFI. Nesse caso, pelas estimativas mais pessimistas, a dívida pública bruta chegará a 99% do PIB, em 2021, e em 2030 alcançará 124,5% do PIB.
Há consenso entre especialistas de que, se a dívida bruta do setor público brasileiro ficar acima de 80% ou 90% do PIB por tempo prolongado, o quadro será preocupante, porque mostraria uma situação de insolvência para um país emergente que tem uma das maiores taxas de juros do mundo. Os dados, apesar de pessimistas, são conservadores, porque a IFI não contabilizou, a partir de 2019, a regra do reajuste do salário mínimo, que é indexado à inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes.
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