Cientistas da NASA analisaram o estado das fontes de água doce que abastecem o planeta e as conclusões são assustadoras. Eles avaliaram os 37 maiores aquíferos subterrâneos do mundo, espalhados por todos os continentes, que foram observados por satélites da agência espacial e os dados mostraram que 21 desses aquíferos excederam seus limites de sustentabilidade; ou seja, tendem ao esgotamento, já que deles se extrai mais água do que neles se repõe. E isso não é novidade é algo que acontece desde 2003. A causa? O crescimento acelerado da população, da agricultura e das indústrias, como as de minério.
Para Jay Famiglietti, cientista da NASA, a situação da água subterrânea é crítica e foi agravada pelo aquecimento global. Os aquíferos subterrâneos fornecem mais de um terço da água utilizado pelas pessoas em todo mundo os mais problemáticos estão nas regiões pobres e densamente povoadas, como o noroeste da Índia, o Paquistão e o norte da África. O aquífero que está se esgotando com mais rapidez é o Árabe, uma fonte de água utilizada por mais de 60 milhões de pessoas. Em seguida, estão a bacia do rio Indo, na Índia e Paquistão, e a bacia de Murzuq-Djado, na Líbia e Nígeria.
A atual situação de grave escassez de água potável, nos obriga, como nunca antes, a repensar a questão da água e a desenvolver uma cultura do cuidado, acolitado por seus famosos erres (r): reduzir, reusar, reciclar, respeitar e reflorestar.
Nenhuma questão hoje é mais importante do que a da água. Dela depende a sobrevivência de toda a cadeia da vida e, consequentemente, de nosso próprio futuro. Ela pode ser motivo de guerra como de solidariedade social e cooperação entre os povos. Especialistas e grupos humanistas já sugeriram um pacto social mundial ao redor daquilo que é vital para todos: a água. Ao redor da água se criaria um consenso mínimo entre todos, povos e governos, em vista de um bem comum, nosso e do sistema-vida.
Independentemente das discussões que cercam o tema da água, podemos fazer uma afirmação segura e indiscutível: a água é um bem natural, vital, insubstituível e comum. Nenhum ser vivo, humano ou não humano, pode viver sem a água. A ONU no dia 21 de julho de 2010, aprovou esta resolução: “a água potável e segura e o saneamento básico constituem um direito humano esencial.”
Existe no planeta cerca de um bilhão e 360 milhões de km cúbicos de água. Se tomarmos toda a água dos aceanos, lagos, rios, aquíferos e calotas polares e a distribuissemos equitativamente sobre a superfície terrestre, a Terra ficaria mergulhada debaixo da água a três km de profundidade.
A renovação das águas é da ordem de 43 mil km cúbicos por ano, enquanto o consumo total é estimado em 6 mil km cúbicos por ano. Portanto, não há falta de água.
O problema é que se encontra desigualmente distribuída: 60% em apenas 9 países, enquanto 80 outros enfrentam escassez. Pouco menos de um bilhão de pessoas consome 86% da água existente enquanto para 1,4 bilhões é insuficiente (em 2020 serão três bilhões) e para dois bilhões, não é tratada, o que gera 85% das doenças segundo OMS. Presume-se que em 2032 cerca de 5 bilhões de pessoas serão afetadas pela escassez de água.
O Brasil é a potência natural das águas, com 12% de toda água doce do planeta perfazendo 5,4 trilhões de metros cúbicos. Mas é desigualmente distribuída: 72% na região amazônica, 16% no Centro-Oeste, 8% no Sul e no Sudeste e 4% no Nordeste. Apesar da abundância, não sabemos usar a água, pois 37% da tratada é desperdiçada, o que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, a Suíça e norte da Itália. É urgente, portanto, um novo padrão cultural em relação a esse bem tão essencial aguas doces no Brasil.
Uma fome zero mundial, prevista pelas Metas do Milênio, deve incluir a sede zero, pois não há alimento que possa existir e ser consumido sem a água. A agua é vida, geradora de vida e um dos símbolos mais poderosos da natureza da Última Realidade. Sem a água não viveríamos.
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