O protesto organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda contra as reformas previdenciária e trabalhista, pela saída do presidente Michel Temer e por eleições diretas transformou a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em um palco de batalha com a Polícia Militar e a Força Nacional nesta quarta-feira.
Sete ministérios depredados, um incendiado, 49 atendimentos de urgência - entre eles o de um homem baleado e de um estudante de Santa Catarina que teve a mão decepada por um rojão e oito policiais - são alguns dos números do ato, que reuniu 45 mil pessoas, segundo a PM, e 150 mil, de acordo com organizadores.
or decreto, válido até o próximo dia 31, Temer convocou as Forças Armadas para conter manifestações de rua. À noite, os prédios dos ministérios já tinham proteção de homens do Exército.
Com o prédio do Ministério da Agricultura em chamas, devido a um incêndio causado por manifestantes, PMs que não dispunham de armamento não letal sacaram suas armas e dispararam, para o alto e em direção à multidão, que avançava sobre a polícia.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), oito pessoas foram detidas sob suspeita de crimes como lesão corporal, dano ao patrimônio público e porte de arma branca.
A manifestação dos sindicalistas e grupos de esquerda contra a agenda de reformas estava marcada desde antes de vir a público a investigação contra Temer, resultante da delação da JBS. As suspeitas de corrupção e de obstrução da Lava-Jato, divulgadas na semana passada, engrossaram o protesto.
"O ato foi maior do que o esperado, e 150 mil em Brasília são milhões representados pelo Brasil", disse Guilherme Boulos, um dos coordenadores do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Membros do governo também avaliaram que o volume de pessoas foi significativo. Autoridades calcularam que entre 500 e 600 ônibus de outras cidades chegaram a Brasília. Foram mais de quatro horas seguidas de confronto ao longo do Eixo Monumental, onde ficam os ministérios. O ponto mais crítico foi o gramado próximo ao Congresso.
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