O que explica a pressa do governo provisório e do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), para atropelar o rito definido pelo Supremo Tribunal Federal, encurtando o prazo para defesa da presidente afastada Dilma Rousseff?
Oficialmente, a explicação é a necessidade de permitir que o País possa andar e implementar medidas de ajuste a equipe de Michel Temer parece convencida a adotar medidas mais duras, como reformas trabalhista e previdenciária, apenas após a interinidade.
No entanto, uma nota publicada pelo jornalista Elio Gaspari, Folha de São Paulo, fornece outra explicação. Ele informa que, em agosto, a Lava Jato explodirá caciques do PMDB e do PSDB, partidos que se associaram para promover o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Já se sabe que serão atingidos 13 governadores e 36 senadores muitos dos quais já votaram pela admissibilidade do processo de impeachment. Portanto, seria um constrangimento ainda maior, para o processo já visto por grande parcela da opinião pública como uma conspiração de uma oligarquia política corrupta, que se uniu para afastar uma presidente honesta e que não conseguiu estancar a Lava Jato, como desejava, por exemplo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
A pressa de Temer e Anastasia, no entanto, esbarra no rito definido pelo Supremo Tribunal Federal e na posição do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que já se manifestou contrariamente à tentativa de cerceamento do direito de defesa.
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