A presidente eleita Dilma Rousseff acusou Michel Temer de cometer "desvio de finalidade" e "crime contra a Paraíba" por suspender o repasse de R$ 17 milhões que já haviam sido depositados pela União para o governo da Paraíba utilizar na construção de uma ponte.
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PT), é forte aliado de Dilma e crítico ferrenho do processo de impeachment. Durante discurso em João Pessoa, onde participou de evento realizado pela Assembleia Legislativa, Dilma destacou que "essa prática antiga, que se confunde com o Brasil atrasado, não pode ser aceita". "Nós fizemos parcerias com todos os governadores", lembrou a presidente.
Dilma afirmou que o gesto do presidente interino mostrou "uma confusão entre o dinheiro público e o dinheiro pessoal", e que "isso faz parte da corrupção, chama-se patrimonialismo". O episódio também lembra a República Velha, disse Dilma, quando "se você era amigo do governo, você recebia os recursos. Se você brigava com o governo, você recebia penalidades, retaliações de toda a espécie".
"Não governamos para três ou quatro pessoas, governamos para toda a população do País. tirar R$ 17 milhões de uma obra fundamental para o povo de João Pessoa é um desrespeito a essa prática republicana que é governar para a população e não fazer politicagem baseada naquilo que um dirigente de plantão acha que é o correto", acrescentou Dilma Rousseff.
Recebida com gritos de apoio por milhares de pessoas no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, Dilma agradeceu pelo carinho: "Só a força e o apoio de vocês é que compensam a tristeza que eu estou passando por causa dessa injustiça". Em outros momentos de seu discurso, Dilma voltou a criticar "a pauta desse governo", chamando-a de uma "triste realidade" e de "retrocesso".
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