A Polícia Federal fez buscas nesta sexta-feira na residência do poderoso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo e o levou para prestar depoimento para investigar se cometeu crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro no âmbito dos escândalos da Petrobras.
"A polícia federal faz hoje uma operação de busca e apreensão na casa dele, no Instituto Lula e nas casas de uma série de assessores e pessoas de sua família", afirmou à AFP José Chrispiniano, assessor de imprensa do ex-presidente e do Instituto que leva seu nome. O porta-voz também confirmou que Lula é alvo de um mandado de condução coercitiva.
Segundo a imprensa brasileira, as autoridades também levaram de maneira coercitiva a esposa de Lula, Marisa, e seus três filhos, assim como o ex-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, para ouvir seus depoimentos.
Dezenas de manifestantes se reuniram em frente à residência investigada de Lula, alguns para apoiá-lo e outros para repudiá-lo, e vários entraram em confronto, constataram jornalistas da AFP.
Os mandados de busca e condução coercitiva para depor "estão sendo executados pela Polícia Federal para investigar possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema Petrobras praticados pelo ex-presidente Lula e associados", disse o Ministério Público Federal do Paraná, que investiga a fraude da Petrobras.
"Há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobas por meio do envio e reforma de um apartamento triplex e de um sítio em Atibaia, de entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e do armazenamento dos bens por uma empresa de transporte", sustentou o Ministério Público em um comunicado.
Lula nega ser proprietário do triplex em um balneário do estado de São Paulo e do sítio. O Ministério Público suspeita que os prédios foram reformados por grandes construtoras brasileiras, que em troca obtinham contratos na Petrobras.
"Também são investigados pagamentos ao ex-presidente realizados por empresas investigadas na Operação Lava Jato, a título de supostas doações e palestras", acrescentou o Ministério Público.
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