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2 de março de 2016

DELATOR DIZ QUE DILMA PARTICIPOU DE REUNIÃO SOBRE DIVISÃO POLÍTICA DE ESTATAIS

O empresário Fernando Moura, ligado ao PT, afirmou ao juiz federal Sergio Moro - da Operação Lava Jato - que a presidente Dilma Rousseff participou da reunião no início do governo Lula, em 2003, em que foi definida as indicações políticas de diretores de estatais que ficariam responsáveis pela arrecadação de valores para o partido.

“Foi feito uma reunião ao lado da sala do ministro da Casa Civil entre o José Eduardo Dutra (morto em 2015), que foi indicado presidente da Petrobras, o Luis Gushiken, que era da Secretaria de Comunicação, o Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), a Dilma Rousseff, que era ministra de Minas e Energia, o Sílvio Pereira (ex-secretário-geral do PT) e foram analisados todos os nomes que seriam indicados para cargos de diretoria”, afirmou Moura.

O encontro era para “definição de mais ou menos cinco diretorias de estatais para poder ajudar a nível de campanha posteriormente”. “Foi conversado sobre Petrobras, sobre Correios, Caixa Econômica Federal, Furnas e Banco do Brasil. Isso em novembro de 2002.

O lobista, que é delator da Lava Jato, relatou que houve um impasse na indicação de Duque. “Existia uma indicação do Edimir Varela, que era o antigo diretor, e o Renato Duque. Quando foi questionado quem estava indicando Varela, o Delúbio não podia falar que era ele e disse que foi indicação do Aécio Neves.” Duque está preso desde março de 2015, em Curitiba, acusado de ser um braço do PT indicado pelo ex-ministro da Casa Civil no esquema de corrupção da Petrobras.

Segundo o delator, foi então que Dirceu atuou como árbitro decidindo pela nomeação de Duque. “Chamara então o ministro José Dirceu para decidir quais dos dois seria. Na reunião, ele disse Aécio já foi contemplado com Furnas, fica o Renato Duque”, segundo Moura. Ele diz que foi Sílvio Pereira quem lhe detalhou a reunião.

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