A população envelhece, a taxa de natalidade cai e, com esses argumentos, o governo Dilma Rousseff defende uma reforma da Previdência Social com foco na redução da idade de aposentadoria. Trata-se, no entanto, de um desvio de foco, justificado com projeções atuariais sem base técnica.
O governo precisa focar o problema mais importante das contas públicas e diz que é o da Previdência, mas não é. Ele está tentando enganar a todos. O problema central das contas públicas, que vem de alguns anos e já foi pior em certos momentos como no governo de Fernando Henrique Cardoso, é o fato de você ter uma conta de juros extremamente elevada no País.
Além disso, se a dívida bruta como proporção do PIB explodiu, foi por causa dos juros, não da Previdência, defende o economista Amir Khair, ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo e consultor nas áreas fiscal, orçamentária e tributária.
O atual ministro da Fazenda nada entende de Previdência Social. É deselegante falar de um assunto sobre o qual nada se entende. E ele é membro do atual fórum, e a presidente idem. Então eles vão levar um “baile” pela frente, porque as centrais estão unidas, o Dieese está assessorando, a gente está conversando com o pessoal. Não se brinca com uma questão que impacta milhões de brasileiros. E está-se brincando com isso ao pretender uma reforma na Previdência exatamente num momento ruim para todos que temem o desemprego e uma situação social mais grave.
Quem está na regra 85/95 recebe a média de 80% dos maiores salários. Quem não atingiu a regra 85/95 e contribuiu no mínimo por 35 anos, no caso dos homens, ou 30 anos, no caso das mulheres, multiplica aquela média pelo fator previdenciário. Mas quanto mais os anos passam, maior o tempo de sobrevida calculado todos os anos pelo IBGE, portanto a cada ano cai o fator previdenciário, e disso quase ninguém fala.
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