Na cena política brasileira, o PMDB desponta como o partido mais importante do país. Os números são eloquentes. Além de ter em seus quadros o vice-presidente da República, o presidente da Câmara dos Deputados e o presidente do Senado Federal, conta com seis ministros, um ministério reservado para um indicado do partido e as maiores bancadas de parlamentares nas duas Casas do Congresso.
Se fosse unido, seria imbatível. Não é o caso. Mesmo assim, suas movimentações são críticas para o futuro do governo Dilma Rousseff.
No momento, a disputa interna no PMDB é intensa, e o Palácio do Planalto está estimulando ainda mais a cisão na legenda. Até agora, o recesso parlamentar não foi capaz de promover a tão comentada, mas distante, união de propósitos dentro do partido. Duas questões atormentam suas lideranças: a escolha do novo líder partidário na Câmara e a eleição, em março, do presidente da legenda.
O Congresso volta ao trabalho em 2 de fevereiro. No dia seguinte, será realizada a eleição para a escolha do líder do partido na Câmara. O evento é acompanhado com grande interesse pelo governo porque o escolhido será responsável pela indicação dos representantes do PMDB na comissão do impeachment. O cenário está indefinido. Os governistas contam com o poder de cooptação do Planalto.
O vice-presidente da República e atual presidente do PMDB, Michel Temer, decidiu que a escolha do líder do partido na Câmara é uma questão para os deputados resolverem. Para ele, o mais importante é sua recondução à presidência da sigla. Seu favoritismo é inconteste. Apesar da movimentação dos senadores, estimulada por Eunício Oliveira, líder do PMDB no Senado, Temer deverá ter a maioria dos votos dos delegados na convenção de março.
A oposição a Temer, articulada por Renan Calheiros, presidente do Senado, e Eunício Oliveira, não possui, no momento, mais do que cem votos em 660 para a convenção. A consultoria Arko Advice fez um levantamento nos dez principais diretórios estaduais (em número de delegados) e identificou uma tendência clara a favor de Temer. Sem novas notícias, ele deverá obter a maioria dos 660 votos, dados por 414 delegados dos Estados. Alguns deles têm direito a mais de um voto, o que explica a diferença de números.
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