As declarações do vice-presidente Michel Temer na noite desta quinta-feira, 3, em São Paulo, foram classificadas como "surpreendentes", "assustadoras" e "desastrosas" por assessores palacianos.
Além da forma como Temer abordou o tema, o local escolhido para a declaração - um evento organizado por movimento que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o "Acorda, Brasil", deixaram interlocutores da presidente "atônitos", apesar de ressaltarem que têm visto "de tudo", nos últimos tempos.
No governo, a avaliação é que é difícil engolir que Temer "caiu em uma armadilha". Político experiente, que mede as palavras para falar, o vice surpreendeu a equipe por ter feito um novo ataque à presidente Dilma, quando se acabou de vencer um problema, que foi a insatisfação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que exigiu a montagem de uma operação para garantir a sua permanência no governo.
Um dos interlocutores da presidente lembrar que, na quarta-feira, os dois estiveram juntos, em um almoço no Alvorada e que, apesar de Temer não ter aceitado voltar à comandar a coordenação política, o clima da conversa foi ameno e colaborativo, assim, como as duas reuniões seguintes, com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.
Temer está convidado para a reunião de domingo, no Palácio da Alvorada, onde a presidente pretende discutir com seus ministros alternativas para cobrir o rombo do orçamento. Embora acreditem que ele não faltará ao encontro, estes interlocutores acreditam que o clima, no mínimo, ficará "estranho".
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