O ex-governador do Rio Grande do Norte Fernando Freire estava há três meses no Rio de Janeiro, onde foi preso na manhã do sábado (25), em Copacabana, na Zona Sul. Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (27), o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, revelou que campanas chegaram a ser montadas sem sucesso no Distrito Federal para localizar o ex-governador. Freire estava foragido há mais de um ano.
O procurador-geral de Justiça afirma que durante o ano em que esteve foragido o ex-governador frequentava Brasília e Rio de Janeiro. "Chegamos a receber informações sobre a localização dele, mas ninguém conseguia encontrá-lo. Foi feito monitoramento de movimentação bancária e campanas foram montadas", conta Rinaldo Reis.
Apesar da prisão em Copacabana, o ex-governador morava no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da capital carioca. "O filho dele morava em Copacabana e por isso ele frequentava bastante. Também recebemos informações de que ele era visto com o filho em agências bancárias", disse. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social não revelou detalhes sobre como Freire foi encontrado.
Freire possui quatro condenações em primeira instância na Justiça do Rio Grande do Norte. De acordo com o procurador-geral de Justiça, somando as penas, o ex-governador foi condenado a 39 anos de prisão. Antes de ser preso no Rio de Janeiro, Freire tinha quatro mandados de prisão em aberto expedidos pela Justiça potiguar.
Chegada a Natal
Fernando Freire chegou a Natal em um voo comercial. Ele foi escoltado por dois delegados. Do avião, ele entrou direto em um carro e saiu do aeroporto pelo terminal de cargas, sem ter contato com a imprensa. De lá, ele seguiu direto para o quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro do Tirol.
Fernando Freire já havia sido preso anteriormente em 2007 quando foi acusado pelo Ministério Público do RN de estar “manobrando para impedir a realização do seu interrogatório, evadindo-se do distrito da culpa”. O interrogatório do qual ele é acusado de evitar diz respeito ao processo no qual foi denunciado por suposto desvio de R$ 346.024,02 do Governo do Estado, em maio de 2007.
Prejuízo de R$ 57,8 mil
As investigações apontaram que Freire cometeu desvio de dinheiro público entre fevereiro e novembro de 2002, quando foi vice-governador e, depois, governador do Rio Grande do Norte. O prejuízo estimado aos cofres públicos foi de R$ 57.832,13 em valores da época.
De acordo com os autos do processo, Fernando Freire desviou recursos públicos mediante o pagamento de 83 cheques-salários em favor de 14 parentes e correligionários do então vereador Pio Marinheiro, contemplando-lhe interesses pessoais e político-eleitorais. No entanto, os beneficiários não eram servidores públicos e não guardavam qualquer vínculo funcional com o Estado e os pagamentos foram feitos sem qualquer respaldo legal, realizados sempre sob a intermediação direta do réu.
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