A política do Rio Grande do Norte tomou o rumo da traição. Candidatos majoritários de coligações adversárias teriam se mancomunado para se beneficiar mutuamente – em detrimento de companheiros de chapa. Os bastidores revelam que, a pedido do PT nacional, o PMDB local teria decidido estimular a candidatura de Fátima Bezerra (PT) ao Senado. Mas o detalhe é que, oficialmente, a candidata do PMDB ao Senado é a vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB). Resultado: crise nas coligações de Henrique Alves (PMDB) e Robinson Faria (PSD).
Tanto Wilma está insatisfeita com a situação, quanto Robinson, os dois, os principais prejudicados pelo suposto acordo tácito entre Henrique e Fátima Bezerra. Do lado de Fátima, o apoio generoso de Henrique estaria sendo pra lá de bem-vindo. Afinal, assim ela vai derrotar Wilma, a candidata ao Senado de Henrique. Em contrapartida, a petista teria autorizado a publicação de uma pesquisa, do instituto Seta, na qual Henrique vence Robinson para o governo e ela derrota Wilma para o Senado. A autorização, feita por Fátima, teria agradado em demasia Henrique afinal, o instituto Seta trabalha para o PT nessas eleições irritando bastante Robinson, que não esperava uma traição da petista.
O fato é que Fátima sempre quis ser a candidata do PMDB ao Senado para repetir no Estado a coligação que o PT firmou nacionalmente com o PMDB, com Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB). A coligação só não foi possível nessas eleições porque a petista se enfraqueceu internamente com a derrota no PT e também pelo fato de que o PMDB tinha medo de Wilma desistir de ser candidata ao Senado e disputar o governo. A ex-governadora foi atraída por Henrique e, por exclusão, Fátima fez aliança com Robinson.
Wilma e Robinson já externaram insatisfação a Henrique e Fátima, respectivamente. Até agora, porém, a questão não foi resolvida. Em função disso, o clima não é dos melhores nas duas coligações. O núcleo pensante da campanha de Robinson critica a postura de Fátima, mas registra a correção do deputado Fernando Mineiro, que tem realmente feito um trabalho pelo voto casado. Quanto a Wilma, nem mesmo o apoio de Garibaldi tem surtido o efeito desejado a sua campanha.
Do Portal JH
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