A Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deicor) da Policia Civil do Rio Grande do Norte prendeu cinco pessoas, três das quais policiais militares do Rio Grande do Norte, acusadas de crimes de extorsão mediante sequestro de comerciantes em Natal, que atuavam, inclusive, na importação de produtos estrangeiros, como suplementos alimentares.
A delegada Sheila Freitas disse que a investigação denominada de “Operação Kidnap” começou há quatro meses e já gerou seis inquéritos criminais, a partir de denúncias de vítimas, que, na maioria das vezes, “têm medo de depor na Polícia, porque também temem por sua vida". O balanço da operação foi apresentado hoje (7).
Sheila Freitas afirmou que alguns comerciantes extorquidos já chegaram a sair do país ou se transferiram para outros estados com medo da quadrilha, que investigavam e passavam a conhecer toda a vida privada e de negócios da vítima, inclusive pressionando familiares.
A delegada Danielle Filgueira esteve à frente das investigações e disse que na sexta-feira (28) ocorreu a prisão em flagrante do cabo da reserva da Polícia Militar, Umbelino Fernandes Filho, no momento em que recebia de uma das vítimas a quantia de R$ 2,5 mil como adiantamento de um valor exigido de R$ 200 mil. A prisão ocorreu no estacionamento de uma rede de supermercados na Zona Sul de Natal.
Já o segundo acusado a ser preso, na quinta-feira (6), motoboy André Luiz Fernandes, tido pela delegada Sheila Freitas “como a pessoa que escolhia os alvos” do sequestro, que geralmente aconteciam na saída das vítimas do local de trabalho.
Com sete mandados de busca e apreensão em mãos e outros três de prisão autorizados pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Natal, a delegada Danielle Filgueira informou que, ontem de manhã, foram presos o soldado da PM Marcelo Galdino Galvão, que inclusive encontra-se de licença médica para tratamento de saúde e o soldado Daniel Elias da Costa Júnior, ambos lotados no 4º Batalhão da Polícia Militar, situado na Zona Norte de Natal. A terceira pessoa presa foi o taxista Edson Lima dos Santos, conhecido como “Edson Tubarão”, que dava cobertura à quadrilha, que usava o nome da Polícia Civil para abordar as vítimas.
A delegada Sheila Freitas explicou que os policiais militares se identificavam como delegados da Deicor ou então das Delegacias de Narcótico (Denarc) e Roubos e Furtos (Deicor) para abordagem dos comerciantes, que eram convidados para se dirigirem às delegacias, mas ao invés disso eram levados para local ermo.
Ela disse que a operação de ontem contou com o apoio de 50 policiais civis e militares e serviu “para carrear provas aos autos” que já estão em tramitação na Deicor, a qual ainda pode fazer novas prisões sobre esse caso: “Acredito que mais seis ou sete pessoas estejam envolvidas nesse crime”.
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