Mais de cinco meses depois que o primeiro protesto, no início da onda atual de manifestações, resultou em destruição, incêndios e prisões, as autoridades mostram total falta de habilidade para lidar com a violência. Uma reunião com a cúpula da segurança pública federal, do Rio de Janeiro e de São Paulo, na última semana, terminou com o anúncio de ações sobre as quais não existe sequer consenso.
O velho discurso do trabalho integrado entre os órgãos envolvidos veio embalado em outra máxima típica de momentos de crise: a necessidade de mudanças na legislação. Integrantes do governo e especialistas divergem até em questões mínimas, como o uso de balas de borracha.
“De todas as bobagens que foram anunciadas pelo governo federal numa atitude de marketing, a única coisa que realmente se faz necessária é o trabalho coordenado entre as polícias, mas isso não é de agora.
O sistema de informações desses órgãos foi sucateado ao longo dos anos”, A elaboração de um protocolo que uniformize a atuação das forças de segurança serve apenas para encobrir a incompetência. “Basta que a polícia filme a conduta criminosa e prenda. É só atuar. Ninguém precisa ensinar o Pai-Nosso ao vigário.”
Dizer que os protestos no Brasil são um fenômeno completamente novo e que, por isso, as polícias não estão preparadas não é desculpa. Só São Paulo registrou, ao longo de 2011, 2.056 manifestações. A falta de padronização leva a atuações equivocadas, como as que temos visto. Estamos a oito meses da Copa sem nenhum planejamento. É preciso cuidar dos detalhes.”
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