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3 de novembro de 2013

PRESIDENCIÁVEIS VOLTAM A ATENÇÃO AOS 52 MILHÕES DE ELEITORES NAS PERIFERIAS

Nas últimas três semanas, o discurso político brasileiro, sobretudo o entoado pelos candidatos ao Palácio do Planalto em 2014, redescobriu as classes C, D e E, e a necessidade de investir em serviços públicos para uma população que soma 157 milhões de pessoas, das quais estima-se que 52 milhões estarão aptas a votar no ano que vem.

Como que por encanto, desapareceram as críticas às maquiagens no superavit fiscal, a necessidade de um câmbio equilibrado para as empresas nacionais ou a concessão de portos e aeroportos. O debate atual é a urgência de médicos públicos, a melhoria na mobilidade urbana, a segurança nas periferias das grandes cidades e a manutenção dos programas sociais.

Alguns fatores pesaram para essa mudança no debate, dois deles impulsionados pelo governo federal. A efeméride petista dos 10 anos de criação do Bolsa Família, entoada pela presidente Dilma Rousseff e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana que passou e o Programa Mais Médicos, sancionado no Palácio do Planalto há cerca de 15 dias. 


Das manifestações das ruas, em junho, derivou outro ponto do discurso: a necessidade de investir em mobilidade urbana, com as construções de corredores exclusivos de ônibus e de mais investimentos em metrôs, por exemplo.

As violentas manifestações de rua, a partir de um caso que se tornou emblemático o desaparecimento do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza após ser conduzido por PMs na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiroe a morte de civis envolvidos em confrontos policiais reacenderam o debate sobre segurança pública, sobretudo nas regiões mais carentes das grandes cidades.

Setores do governo, como a Secretaria-Geral da Presidência, alertam que a cultura da violência existente na periferia pode dificultar ainda mais a ação oficial no combate aos chamados black blocs, por ser complexa a delimitação do que é ação criminosa ou apenas um ato de rebeldia contra o sistema.

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