A fase final do estudo foi apresentada em um congresso de oncologia em San Francisco, nos EUA, em fevereiro.
Batizado temporariamente de MDV3100, o medicamento foi testado em cerca de 1.199 pacientes com câncer avançado que tiveram pouco sucesso com outras linhas de tratamento.
Segundo o oncologista Fernando Maluf, do Hospital São José, o remédio mostrou o maior ganho de sobrevida já visto: quase cinco meses em comparação com o grupo que recebeu placebo. Ele ainda reduziu as mortes em 37%.
O medicamento também conseguiu diminuir o ritmo de crescimento da doença e os níveis da proteína usada para diagnostir o câncer em 54% (no grupo-controle, essa redução foi de 1,5%).
Com os resultados, os cientistas pararam o estudo para que o grupo-controle também tivesse acesso à droga.
Diferentemente dos outros remédios disponíveis no mercado, a nova droga bloqueia a entrada de hormônios masculinos dentro da célula tumoral. Os hormônios alimentam o tumor, fazendo com que ele cresça.
"É como um porteiro que barra a entrada do ladrão --nesse caso, o remédio impede a ligação do hormônio a seu receptor", explica Maluf.
Os efeitos colaterais foram amenos e incluíram fadiga, diarreia e ondas de calor.
A droga ainda não foi aprovada nos EUA, mas o oncologista diz acreditar que ela seja lançada comercialmente em até um ano e meio.
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