O valor arrecadado pela Operação Lava Jato no ano passado teve uma redução de 90%. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, as multas de acordos de leniência, a maior fonte de recuperação de valores, passaram de R$ 8 bilhões em 2016 para R$ 839 milhões em 2017.
Apesar de a recuperação de valores não seguir uma lógica linear, advogados que já participaram desse tipo de acordos indicam que uma queda tão pronunciada não é “obra do acaso”. Celso Vilardi, que atuou em cinco acordos, explica que o governo de Michel Temer, que se tornou alvo da Lava Jato, enfraqueceu esse tipo de medida, propondo multas com valores capazes de quebrar as companhias. “Com o governo Temer, a empresa que fez acordo enfrenta mais dificuldade para sobreviver do que aquelas que não fizeram.
Para a força-tarefa da Lava Jato, o governo Temer utilizou artifícios para acabar com as leniências. Carlos Fernando dos Santos, procurador que esteve à frente da operação, explica que há conflitos de interesses por parte do governo, que permitiria a sobrevivência de empresas que o delataram.
Vilardi concorda com o pensamento. “Só o Ministério Público tem poder para fazer acordo. O governo atual e o anterior e órgãos como o TCU [Tribunal de Contas da União] são suspeitos porque seus integrantes são investigados”, indica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário