Dois dias após a divulgação de pesquisa Datafolha que o aponta na liderança da corrida presidencial em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de bobagem a suposição de que pode não ser candidato na disputa.
"Como disse Zagallo, eles vão ter que me engolir", disse, em referência a uma frase que ficou famosa na boca do ex-técnico da seleção Mário Jorge Lobo Zagallo.
Durante ato no centro de Vitória (ES), na noite desta segunda-feira (4), o petista afirmou: "Não fiquem com essa bobagem de que o Lula não será candidato, não. Vou ser candidato e vou ganhar as eleições". Um drone foi usado para detectar a ocorrência de manifestação antes que a comitiva chegasse ao ato.
Pouco antes de o petista assumir o microfone no ato, o presidente da CUT, Vagner Freitas, citou a pesquisa Datafolha para dizer que há uma tentativa de impedir a candidatura do ex-presidente. "Eleição sem Lula é golpe", discursou.
Ao pé do palco, o coordenador das Caravanas de Lula e vice-presidente do PT, Marcio Macedo, disse que os números da pesquisa, somado às consultas encomendadas pelo partido, consolidam a candidatura do ex-presidente, algo irrevogável, segundo ele.
Em seu primeiro discurso após a divulgação da pesquisa, o ex-presidente também lembrou ter lançado, durante a disputa presidencial de 2002, uma carta aos brasileiros em uma tentativa de tranquilizar o mercado quanto a riscos de sobressalto na economia. E acrescentou: "Quero voltar a ser Lulinha paz e amor".
Mais uma vez, Lula disse não depender do apoio do mercado, afirmando também que os empresários e banqueiros foram beneficiados em seu governo."O mercado vai precisar muito mais de mim do que eu deles", disse.
Em seu discurso, Lula ironizou o desempenho do presidente Michel Temer nas pesquisas de opinião. Afirmou que o peemedebista terminará seu mandato, que disse ter conquistado via golpe, "devendo ao Datafolha e ao Ibope".
Temer, de acordo com o Datafolha, é rejeitado por 71%, uma variação de dois pontos para baixo do registrado em setembro, dentro da margem de erro.
Sem citar o nome do prefeito de São Paulo,João Doria, Lula afirmou que o Brasil não está precisando de um gestor, "como se fosse uma oficina mecânica", mas de alguém que entenda do país. Também afirmou que não tem vergonha de ser político, nem de seu partido.
CARAVANA
O discurso de Lula marcou a abertura de sua caravana pelos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. De Vitória, Lula seguirá até Campos, Maricá, Nova Iguaçu e Rio, passando por Cariacica. Manifestantes chegaram a levar um trio elétrico ao aeroporto onde Lula era esperando por apoiadores. Mas, em menor número, se retiraram logo depois.
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