Aécio Neves, o senador mineiro que quase chegou à presidência do Brasil, começa a tatear o terreno rumo às urnas em 2018. Depois de engolir o revés em sua imagem pública, após virem à tona as gravações feitas pelo empresário Joesley Batista em maio deste ano, Aécio começa a falar em eleições, possivelmente ao Senado, num claro teste do que será o seu futuro depois do inferno público que se seguiu ao episódio em que se viu envolvido com o dono da JBS. Desde que o país se inteirou do seu pedido de 2 milhões de reais a Joesley, o tucano viveu a humilhação de se ver temporariamente afastado do Senado, ter a sua irmã e seu primo detidos pela Justiça, e o questionamento eterno de por que ele pediu dinheiro a um empresário corrupto, dinheiro este que seguiu para o senador Zezé Perrella, outro personagem que acumula polêmicas na política brasileira.
Um dos últimos constrangimentos a que se viu submetido foi durante a convenção do seu partido no último dia 9. Foi vaiado por militantes e se viu obrigado a sair “à francesa” do encontro tucano. Aliados dele, o alertaram sobre o constrangimento ao qual estava sujeito caso comparecesse à convenção nacional do partido no último sábado em Brasília. Levaram uma animada claque de jovens mineiros que usavam chapéus com o nome do senador para tentar abafar os apupos. Em vão.
Aécio seria claramente um nome na disputa no ninho tucano para concorrer à presidência. Mas os sinais de que seu capital político foi abalado já era possível perceber no próprio Senado. Seu gabinete, antes lotado de aliados e parlamentares que iam apenas pedir conselhos, começou a ter um fluxo menor. Os discursos no plenário do Senado também se reduziram. Antes de sua crise pessoal, era comum vê-lo na tribuna para tratar dos mais diversos assuntos, principalmente para criticar a gestão de Dilma Rousseff. Entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017 foram 45 discursos. Depois de ser arrastado pela crise da JBS, ocupou a tribuna nove vezes.
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