Oito dias antes da eleição presidencial no Vasco, a juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves, da 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, determinou que 691 sócios deveriam votar em urnas separadas. A decisão foi tomada após ação de autoria de Fernando Horta, então candidato, que ontem à tarde se retirou da disputa para apoiar o também oposicionista Júlio Brant.
Dos quase 700 que poderiam votar nesta urna, 474 (68,5%) compareceram e apoiaram em massa a situação. Mais de 90% dos votos desses eleitores se destinaram a Eurico Miranda. Algo curioso num pleito em que o maior percentual obtido por um candidato nas seis outras urnas foi de 66,6% (Júlio Brant na número 6; o mais alto índice do atual presidente foi de 58,1% na 3).
A oposição entende que tecnicamente ganhou a eleição, pois a situação tinha contra si uma decisão judicial liminar confirmada pelo Tribunal de Justiça, entendendo pela suspeição dos 691 eleitores concentrados na urna 7. Seriam pessoas que se associaram ao Vasco entre novembro e dezembro de 2015 e não poderiam votar. A oposição alega sequer haver comprovação de pagamento desses sócios, inclusive no balanço fiscal.
Se a diferença entre as chapas fosse superior ao número de votantes da urna 7, esta seria descartada. Do contrário, os votos nela inseridos dependeriam da validação judicial. Sem isto, continuam sob suspeita. Logo, a vencedora a chapa que teve a maioria dos votos válidos é a amarela, de Brant, afirma a oposição. "Impugnar os votos baseados em que? Perderam a eleição", questionou Eurico, ao final da apuração, já por volta das 3 horas da madrugada.
Somente uma decisão judicial que valide a "urna da discórdia" daria oficialmente a vitória a Eurico. Oposicionistas consideram tal chance pequena porque a justiça já reconheceu suspeição sobre esses 691 associados. "O raciocínio é bem simples: denunciamos um grupo específico de sócios. Não foi chute; foi um tiro certeiro", disse um dos apoiadores de Brant. Decisão final, só na justiça.
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