O Brasil teve o maior número de mortes violentas da série histórica em 2016. O número cresceu 3,8% na comparação com 2015 e chegou a 61.619 casos sete por hora.
Os dados são do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que iniciou a sua publicação em 2007, divulgado nesta segunda-feira. A taxa média registrada é de 29,9 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes também é maior desde o início da publicação. Só no Sergipe, o índice chega a 64 mortes para cada 100 mil habitantes.
Nas capitais, foram 14.557 vítimas de mortes violentas, com Aracaju (SE), Belém (PA) e Porto Alegre (RS) liderando o ranking. As mortes violentas incluem homicídios, latrocínios, lesão corporal seguida de morte, morte de policiais e letalidade policial.
Ter 61 mil pessoas assassinadas é obsceno. Como a gente ainda não priorizou essa agenda até agora? questionou Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo estudo.
Praticamente todos os indicadores de violência do país, entre eles latrocínio, homicídio doloso (com intenção de matar), lesão corporal seguida de morte, vitimização da polícia e letalidade da polícia, registraram crescimento. Os latrocínios cresceram 50% no período entre 2010 e 2016, quando 2.703 pessoas foram vítimas do crime de roubo seguido de morte.
O número de armas apreendidas no Brasil diminuiu 12,6%, totalizando 112.708 mil e os gastos do governo federal caíram 10,3%.
Na prática, os gastos do Brasil com segurança se restringem à criação da Força Nacional, que é um grupo de atuação em situações de emergência. É um esvaziamento do governo federal com relação ao combate à violência disse Samira.
O Rio é o estado onde mais morreram policiais e o segundo do país onde a PM mais mata. Em 2016, morreram 437 policiais civis e militares, um disparo de 17,5% do índice, que considera agentes em ação ou fora de serviço. O estado onde a polícia mais mata é o Amapá.
De acordo com o levantamento, 4.224 pessoas foram mortas em decorrência de intervenções policiais civis e militares, um crescimento de 25,8% em relação a 2015, sendo que 81,8% das vítimas tinham entre 12 e 29 anos e 76,2% eram negros.
Foi também o Rio que teve a menor quantidade de assassinatos de mulheres registrados como feminicídio. Apenas 3,7% dos casos de mulheres mortas em 2016 foram enquadradas nesse tipo de crime. Outro dado alarmante é o de desaparecidos: De 2007 a 2016, 693 mil boletins de ocorrência do tipo foram registrados em todo o Brasil, o que equivale a oito desaparecidos por hora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário