Citado em denúncia da revista "Veja", o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) enviou ofício ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, para que sejam investigados os fatos descritos na reportagem.
A revista mostrou mensagens da advogada Renata Gerusa Prado de Araújo, próxima ao grupo J&F, controlador da JBS, em que ela relatou conversas com Dalide Corrêa, uma funcionária do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade de Gilmar. Dalide seria o braço-direito do ministro e teria procurado Renata preocupada com a possibilidade de a delação dos executivos da JBS vir a comprometer Gilmar e ela própria. Nas palavras da advogada, "Dalide ferrou o Gilmar".
As mensagens foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF) por Pedro Bettim Jacobi, ex-marido de Renata. Numa conversa gravada que ele teve com Renata, a advogada disse ao marido que Dalide sabia que Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, seria a única pessoa capaz de frear eventuais implicações da delação dos executivos da empresa em relação a Gilmar e sua funcionária.
Francisco teria feito uma cópia da troca de mensagens com Dalide. O temor era que o material fosse entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR). Assim, Dalide teria procurado a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), mãe de Renata, pouco após as primeiras revelações da delação da JBS.
"Aí minha mãe (a desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso) falou: ô, Renata, você tem que garantir que com a Dalide não acontece nada, eu gosto muito da Dalide", disse Renata na conversa com o ex-marido Pedro Jacobi. O ex-marido disse então que era preciso também preservar Gilmar. Renata respondeu: "Isso. Óbvio. Mas a Dalide primeiramente. A Dalide ferrou o Gilmar." Depois, ainda afirmou que o próprio Gilmar pediu que ela apaziguasse tudo.
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