O Ministério Público Federal (MPF) considera que o empresário Joesley Batista e executivos da J&F não confessaram, em suas delações premiadas, crimes na liberação de recursos ao grupo pelo BNDES, e deve processá-los nas esferas penal e cível e exigir o ressarcimento de ao menos 1 bilhão de reais, afirmou uma fonte familiarizada com as investigações.
Joesley e executivos do grupo firmaram acordo de colaboração premiada em maio com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e conseguiram uma imunidade penal -- blindagem para não serem processados criminalmente.
Contudo, o procurador da República Ivan Marx, do Distrito Federal, decidiu manter as investigações que já vinha conduzindo desde 2014 sobre as operações envolvendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A avaliação feita pelo procurador é que, no acordo firmado com a PGR, o grupo omitiu crimes nas operações com o banco de fomento, e essa conduta não estaria acobertada pela imunidade do acordo de colaboração, disse a fonte à Reuters. A notícia foi divulgada primeiramente pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira.
O representante do MPF que tem autonomia funcional para atuar considera que o acordo é contestável e deverá denunciar criminalmente executivos do grupo ao final das apurações, mesmo com a blindagem.
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