O juiz Sergio Moro determinou nesta segunda-feira que a Polícia Federal (PF) investigue uma denúncia de tentativa de extorsão feita pela defesa do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine. Segundo os advogados, a filha de Bendine recebeu um email semana passada em que uma pessoa pedia R$ 700 mil em troca de um habeas corpus para soltar o ex-executivo.
A mensagem chegou na caixa de email de Amanda Bendine na quinta-feira. A pessoa que escreveu o texto se faz passar por Bendine e diz que “um agente” o ajudou a enviar a mensagem. “Para garantir o habeas corpus domiciliar, eu já tinha combinado o valor com eles”, diz a pessoa, que alega ter uma “conexão no STF”. Na sequência, o autor do email fornece o número de uma conta do Banco do Brasil e pede o depósito de R$ 700 mil.
Segundo a defesa de Bendine, “pessoa mal intencionada, em posse das informações divulgadas pela mídia tais como o nome dos familiares do peticionário e destes defensores está se fazendo passar por Aldemir Bendine, seja para obter vantagens indevidas em prejuízo de seus familiares que de forma desavisada poderiam ter realizado o depósito seja para agravar sua situação nesses autos.
Os advogados sugeriram que a polícia quebre o sigilo da conta de email que assina a mensagem e da conta bancária indicada no texto para descobrir quem tentou fazer a chantagem. Nesta segunda-feira, Moro fez um despacho sucinto, pedindo para “a autoridade policial providenciar a instauração de inquérito para apurar os fatos” e para o Ministério Público Federal (MPF) se manifestar em 48 horas.
Bendine foi preso em 27 de julho, na 42ª Fase da Lava-Jato, batizada de operação “Cobra”. Segundo delações da Odebrecht, Bendine e o marqueteiro André Gustavo, também detido, pediram R$ 17 milhões da companhia devido à rolagem de uma dívida da empresa. O empréstimo foi alongado no período em que Bendine era presidente do BB e a propina não foi paga. Quando ele assumiu a Petrobras, os achaques teriam aumentado, e a Odebrecht decidiu pagar R$ 3 milhões em espécie para evitar retaliações.
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