Após mais de três anos de Lava Jato com inúmeras prisões e denúncias contra políticos e empresários, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nessa segunda-feira que já é possível se vislumbrar o fim da Lava Jato, dado o farto e profundo material encontrado pelos investigadores, acrescentando que o país não pode ficar eternamente refém da operação
Janot, que deixará o cargo em 17 de setembro, ao longo do seu mandato foi um dos grandes defensores da operação e bateu de frente com muitos interessados em enfraquecer a Lava Jato. Segundo ele, ao longo desses anos foram adotadas medidas e aprovadas legislações que literalmente visavam minar a Lava Jato, e chegou a comparar essa iniciativas as manobras feitas na Itália durante a operação Mãos Limpas.
“Se vocês reparem, as tentativas legislativas que ocorreram na Itália para desvirtuar as investigações boa parte delas já ocorreu ou está em curso aqui no Brasil“, disse ele a jornalistas em evento do jornal O Globo, no Rio de Janeiro.
O procurador-geral não teme que essas força contrárias à Lava Jato consigam abortar a operação. Para ele, a investigação não pertence ao Ministério Público Federal mas sim à sociedade brasileira, que não permitiria tais iniciativas.
Ele acrescentou que a Lava Jato já foi muito além do que se imaginava e, diante do volume do materiais colhidos e de sua relevância, já é possível se enxergar o fim da operação.
“A Lava Jato não pode ser uma investigação permanente, ela não existe por si mesma e tem escopo", disse. "Acredito que com os últimos episódios a gente vislumbra o final e temos linha traçada até onde a operação pode ir e até aonde se espera que vá... o Estado não pode ficar refém de uma investigação eterna", acrescentou.
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