Bloco formado pelos partidos PP, PR, PSD, PTB e Solidariedade pressiona Temer para tirar cargos das legendas que defendem o pedido de investigação de Janot contra o presidente. Planalto diz que não mexe no PSDB antes da votação
Partidos que fecharam questão na semana passada a favor do governo em relação à denúncia feita pelo procurador Rodrigo Janot exceção feita ao PMDB pressionam o Planalto para desalojar da Esplanada as legendas que são favoráveis à investigação. PP, PR, PTB, PSD e o Solidariedade, especialmente por intermédio do presidente da legenda, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), querem que o presidente Michel Temer resolva essa questão antes da votação do relatório, marcada para o dia 2 de agosto. O Planalto não quer mudar nada, especialmente os cargos ocupados por tucanos, antes de ter certeza de que derrotará o texto no plenário.
Os interessados em mudança se defendem da acusação de toma lá, dá cá. “Fisiologismo é você ter cargos, se aproveitar deles nas suas bases e não votar com o governo. É como estar casado com um infiel e não pedir divórcio só porque ele te sustenta”, justificou o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Para o petebista, cuja legenda pleiteia o Ministério da Cultura para a deputada Cristiane Brasil (RJ), quem não deseja ser governo deve sair, pois ninguém é obrigado a fazer o que não deseja. “É preciso ter atitude e isso o presidente Temer tem. Tenho certeza de que, no momento certo, ele vai fortalecer os amigos”, completou.
Alguns peemedebistas acham pouco prudente que o Planalto abra mão de legendas como o PSDB e o DEM, que emprestam um verniz mais ideológico à gestão, e se apoie, basicamente, no Centrão, que tende a ser voraz na briga por mais espaços na máquina pública. Nem internamente eles se entendem. Um dos caciques do grupo admite que há pressão, mas que a especulação e os boatos são mais fortes do que os ataques em si, pois a percepção geral é de que o governo não quer mexer com o PSDB.
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