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7 de julho de 2017

ARTICULAÇÃO PARA MAIA VIRAR PRESIDENTE CRESCE NA CÂMARA

As articulações para Rodrigo Maia (DEM-RJ) substituir Michel Temer no Palácio do Planalto ganharam corpo na base governista e já foram discutidas inclusive na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília.

A denúncia apresentada contra Temer por corrupção passiva e o rápido derretimento do capital político do governo mudaram o comportamento de Maia nos bastidores e levaram a classe política a enxergar no presidente da Câmara, primeiro na linha sucessória, um potencial novo centro de poder do país. Ao longo da crise aberta com a delação de executivos da JBS, que atingiu Temer diretamente, Maia evitava qualquer discussão sobre a possibilidade de substituir o presidente. Nas últimas semanas, porém, começou a admitir esse cenário a aliados mais próximos.

O presidente da Câmara, no entanto, nega publicamente qualquer ação para fragilizar o governo. "Não estou tratando disso. O momento é grave e meu papel é garantir a continuação do rito da denúncia e a estabilidade do Brasil", disse.

Ele, porém, passou a frequentar menos os palácios do Planalto e do Jaburu e evitou presidir a Mesa da Câmara durante discussões polêmicas, para não entrar em embate com partidos de oposição que o apoiam. Com boa relação com o setor financeiro e empresarial, tem se colocado como potencial fiador da agenda de reformas defendida pelo mercado e fragilizada sob Temer.

Deputados e ministros de partidos da base do governo, como PSD, PP, PSB, e DEM, passaram a gravitar em torno do presidente da Câmara, oferecendo apoio ao prosseguimento da denúncia contra Temer na Casa e sustentação a um novo governo. Até o PSDB fez um aceno. O presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), disse nesta quinta (6) que Maia "tem condições" de conduzir a transição do país até as eleições de 2018.

"Se vier a afastar o Temer, Maia é presidente por seis meses. Aí ele tem condições de fazer, até pelo cargo que exerce como presidente da Câmara, de juntar os partidos ao redor de um nível mínimo de estabilidade do país", disse o tucano, para quem o país está chegando à "ingovernabilidade".

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