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20 de junho de 2017

RÁDIO, UM IMPÉRIO QUE ESTÁ EM DECADÊNCIA

O rádio é uma das maiores heranças midiáticas do Brasil. Grande parte do que vemos ainda hoje na televisão é fruto do rádio. Vários programas que assistimos cotidianamente, de auditório e até de jornalismo, migraram dessa mídia.

Porém, o aparelho radiofônico tem caído em desuso, principalmente, nos domicílios brasileiros, como mostra o Mídia Dados Brasil (MDB). Desde 2008 o número de domicílios com rádio vem diminuindo. Em 2008 a posse do rádio estava em 88,9% dos domicílios e sofreu queda em todos os anos subsequentes. Neste ano a posse está em 66,9%, números decadentes para quem já foi a maior mídia do país.

Uma das razões desse declínio é o fato de que o rádio (e quando digo rádio, refiro-me aos idealizadores) não se reinventou e continua com conteúdos semelhantes aos da televisão. Não qualificam seus profissionais, não acompanham o avanço da tecnologia e o conteúdo de suas programações não consegue mais prender o ouvinte como antigamente. Já a televisão tem o benefício da imagem e, na comparação, sempre sairá em vantagem.

Levando-se em conta a participação do ouvinte, a mídia está mais perto da comunidade do que a televisão. Deveria ser, portanto, um instrumento de maior integração social, ou seja, dar mais espaço para a comunidade. Poderia buscar pautas locais, criar fóruns de discussão (não só de temas locais, mas também, temas nacionais de opinião pública).

Segundo dados do IBGE, hoje são mais de 210 milhões de aparelhos celulares no Brasil e todos têm rádio. Então, a questão é que a mídia nunca perdeu espaço, e sim capacidade de renovar conteúdos, por isso estamos vendo a decadência do rádio que ainda é o maior e mais rápido meio de comunicação a chegar ao público.

Existe uma luz no fim do túnel. Espera-se que o rádio continue firme e forte, mas não só isso. Que faça a diferença entre as mídias e que produza cultura, educação e mais informação, novos ícones da comunicação e que seja a voz da sociedade. Que o rádio nunca perca o poder de nos fazer imaginar e criar em nossa mente a imagem da palavra ouvida.

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