Páginas

5 de junho de 2017

CUSTO ENVOLVENDO ASSASSINATO DE JOVENS NO BRASIL EQUIVALE A 1,5% DO PIB

Mais do que uma tragédia social, a alta taxa de homicídios de jovens no Brasil também tem reflexo econômico.

Segundo os pesquisadores que elaboraram o Atlas da Violência no Brasil 2017, divulgado nesta segunda-feira, 5, o custo envolvendo o assassinato de jovens entre 15 e 29 anos equivale a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, mesmo valor aplicado em políticas de segurança pública. O cálculo que relaciona as mortes com o PIB considera diversos fatores, como gastos públicos diretos com segurança, sistema prisional e tratamento de vítimas.

O valor também considera despesas pessoais com seguros de vida e segurança privada, dentre outras. Além disso, a expectativa de vida é levada em conta, pois, morrendo mais cedo, o brasileiro tem menos renda e consome menos do que poderia ao longo da vida.

O estudo apontou que, em 2015, o Brasil registrou 50.080 assassinatos. "É como se caísse um Boeing 737 todos os dias no Brasil", comparou Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

o total de mortos naquele ano, 31.264 eram jovens e adolescentes, o que faz com que a média de assassinatos na população jovem seja o dobro da média nacional. Na série histórica entre 2005 e 2015, 318 mil jovens e adolescentes foram vítimas de homicídio no Brasil.

A população negra é a mais afetada pela violência. "A gente sabe que a violência tem cor também. O negro é o que está mais vulnerável. De cada 100 homicídios no Brasil, 71 são de negros", apontou Samira. "Tem outro fator: a taxa de homicídios entre não negros caiu 12,2%, enquanto que a de negros aumentou 18,2%."

Entre mulheres, a diferença é ainda maior. "Em 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas, não necessariamente por feminicídio", destacou a diretora do FBSP, alertando para o crescimento do número de mortes entre mulheres negras. "Entre 2005 e 2015, a taxa de homicídios de mulheres não negras diminuiu 7,4%. Já entre as mulheres negras, cresceu 22%."

Nenhum comentário:

Postar um comentário