O tesoureiro do Vaticano, cardeal George Pell, negou veementemente ter cometido qualquer crime após ser indiciado por crimes sexuais na Austrália, seu país natal. Ele diz ter sido vítima de um "implacável assassinato de caráter" durante uma investigação de dois anos sobre "acusações falsas". Segundo ele, o papa lhe concedeu uma licença para rebater as acusações.
De acordo com o vice-comissionário da polícia do Estado de Victoria, Shane Patton, as acusações foram feitas por várias pessoas e são ligadas a incidentes ocorridos em vários momentos do passado. O cardeal Pell, de 76 anos e que mora no Vaticano, é considerado o "número três" da Santa Sé.
"Eu não vejo a hora de finalmente ir à julgamento. Sou inocente dessas acusações, elas são falsas. A ideia de abuso sexual é abominável para mim". A Igreja Católica tem enfrentado, há anos, acusações de que vários de seus sacerdotes cometeram abuso sexual em vários países e que muitos casos teriam sido acobertados.
O correspondente da BBC em Roma James Reynolds diz que o indiciamento deixa a igreja e o papa em uma posição desconfortável.Depois de ser eleito em 2013, o papa Francisco criou uma comissão para lidar com acusações de abuso sexual contra clérigos. Agora, ele vê um de seus assessores mais próximos enfrentando essas mesmas acusações.
O cardeal Pell está enfrentando uma série de acusações e há muitos denunciantes", disse o vice-comissionário Patton. Mas os detalhes das acusações não foram revelados.A polícia de Victoria disse que tomou a decisão de indiciar o cardeal após consultar promotores no mês passado.
De acordo com Patton, "os processos e procedimentos" não foram diferentes de qualquer outra investigação. "O cardeal Pell foi tratado da mesma forma que qualquer outra pessoa nesta investigação", disse.
O cardeal Pell se apresenta como um forte apoiador dos valores tradicionais católicos, adotando uma posição conservadora em relação a casamento gay e contracepção, além de defender o celibato dos padres.
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