Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o avião bimotor apreendido ontem no interior de Goiás com 653,1 quilos de cocaína decolou de uma fazenda que pertence à empresa Amaggi, do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Inscrita no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) sob a matrícula PT-IIJ, a aeronave modelo Piper Aircraft 23 partiu da Fazenda Itamarati do Norte, no município de Campo Novo do Parecis (MT), com destino a Santo Antônio do Leverger (MT) e foi interceptada por um caça A-29 Super Tucano da FAB na região de Aragarças (GO). A Amaggi diz não ter ligação com o bimotor e que aguarda o resultado das investigações sobre a propriedade da aeronave e as circunstâncias do voo.
Inicialmente, conforme a FAB, o piloto do bimotor seguiu as orientações para pousar no aeródromo de Aragarças, feitas via rádio pelo caça, mas acabou não cumprindo a ordem e ainda ignorou outra recomendação de pouso. O avião só aterrissou na zona rural do município de Jussara (GO) depois de a aeronave da Força Aérea realizar um tiro de aviso. O disparo, que não atinge o avião suspeito, é o último recurso empregado quando as ordens da defesa aérea não são atendidas.
O piloto do bimotor fugiu depois do pouso e não foi localizado nem mesmo pelas buscas do helicóptero da PM na região. Registrado em nome de Jeison Moreira Souza, o avião está em situação regular junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e foi removido ao quartel da PM em Jussara. A droga apreendida será encaminhada à Polícia Federal em Goiânia.
Por meio de nota, a Amaggi diz ter tomado conhecimento do caso por meio da imprensa e “se coloca à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível às investigações do caso”. A empresa afirma que arrenda parte da Fazenda Itamarati, propriedade de 54.300 hectares com 11 pistas autorizadas para pouso.
“A empresa não tem qualquer ligação com a aeronave descrita pela FAB e não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma em qualquer uma de suas pistas (…) A região de Campo Novo do Parecis tem sido vulnerável à ação de grupos do tráfico internacional de drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do Estado de Mato Grosso com a Bolívia”, diz a assessoria de imprensa.
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