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6 de junho de 2017

ALÉM DE HENRIQUE ALVES E EDUARDO CUNHA, TODOS QUE PRESIDIRAM CÂMARA DOS DEPUTADOS NOS ÚLTIMOS 20 ANOS SÃO ALVO DE INVESTIGAÇÃO

Na autorização de abertura de inquéritos com base em delações da Odebrecht feita pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), estão o atual presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ); e os deputados federais Marco Maia (PT-RS), que presidiu a Casa em 2011-2012, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente entre 2007 e 2009.

Nos últimos 20 anos de presidência na Câmara, desde a primeira posse de Michel Temer no comando da Casa, em 1997, a lista de ex-presidentes que tiveram complicações na Justiça aumenta. Severino Cavalcanti, que presidiu a Casa em 2005, foi acusado pelo Ministério Público Federal de cobrar mais de R$137 mil do empresário Sebastião Buani no episódio que ficou conhecido de "mensalinho". Para escapar do processo de cassação, Cavalcanti renunciou do seu mandato.

Perdoado no STF no ano passado, o ex-deputado João Paulo Cunha presidiu a Casa em 2003-2005 e foi condenado em 2012 pelo Supremo a 6 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de peculato e corrupção passiva no Mensalão. Efraim Morais, presidente da Câmara entre 2002 e 2003, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por alvo de irregularidades em contratos realizados na época em que era Senador.

O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), denunciado pela Procuradoria Geral da República, foi presidente da Câmara em 2001 e 2002. O tucano é acusado de corrupção passiva pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da JBS e por obstrução de Justiça por tentar impedir os avanços da Lava Jato. O procurador-geral de República, Rodrigo Janot, também pediu a abertura de um novo inquérito para investigar o crime de lavagem de dinheiro do senador. A defesa de Aécio disse, à época, ter recebido com "surpresa" a notícia e lamentou o "açodamento no oferecimento da denúncia".

Antes de Aécio, Temer comandou a Câmara por quatro anos, entre 1997 e 2001. Veja a lista completa de presidentes da Casa.

Ex-ministro de Defesa de Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, presidente da Câmara entre 2005 e 2007, estava entre os nomes encontrados na "superplanilha" da Odebrecht, que indicaria pagamentos a políticos. Na época, o ex-presidente da Casa disse que a planilha registrou doações legais, feitas ao partido (PC do B), e não a ele. Rebelo, porém, não está na lista de Fachin com base nas delações da empreiteira.

Histórico. Henrique Alves foi o terceiro ministro a sair do governo de Michel Temer, em junho do ano passado, após ser citado na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, dizendo que ele teria recebido propina de R$ 1,55 milhão entre 2008 e 2014.

Ele, que também foi ministro de Turismo no governo de Dilma Rousseff, foi preso nesta terça-feira(06/06/17) em operação da PF, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, para apurar atos de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro envolvendo a construção da Arena das Dunas, em Natal/RN. O sobrepreço identificado chega a R$77 milhões.

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