Na autorização de abertura de inquéritos com base em delações da Odebrecht feita pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), estão o atual presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ); e os deputados federais Marco Maia (PT-RS), que presidiu a Casa em 2011-2012, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente entre 2007 e 2009.
Nos últimos 20 anos de presidência na Câmara, desde a primeira posse de Michel Temer no comando da Casa, em 1997, a lista de ex-presidentes que tiveram complicações na Justiça aumenta. Severino Cavalcanti, que presidiu a Casa em 2005, foi acusado pelo Ministério Público Federal de cobrar mais de R$137 mil do empresário Sebastião Buani no episódio que ficou conhecido de "mensalinho". Para escapar do processo de cassação, Cavalcanti renunciou do seu mandato.
Perdoado no STF no ano passado, o ex-deputado João Paulo Cunha presidiu a Casa em 2003-2005 e foi condenado em 2012 pelo Supremo a 6 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de peculato e corrupção passiva no Mensalão. Efraim Morais, presidente da Câmara entre 2002 e 2003, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por alvo de irregularidades em contratos realizados na época em que era Senador.
O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), denunciado pela Procuradoria Geral da República, foi presidente da Câmara em 2001 e 2002. O tucano é acusado de corrupção passiva pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da JBS e por obstrução de Justiça por tentar impedir os avanços da Lava Jato. O procurador-geral de República, Rodrigo Janot, também pediu a abertura de um novo inquérito para investigar o crime de lavagem de dinheiro do senador. A defesa de Aécio disse, à época, ter recebido com "surpresa" a notícia e lamentou o "açodamento no oferecimento da denúncia".
Antes de Aécio, Temer comandou a Câmara por quatro anos, entre 1997 e 2001. Veja a lista completa de presidentes da Casa.
Ex-ministro de Defesa de Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, presidente da Câmara entre 2005 e 2007, estava entre os nomes encontrados na "superplanilha" da Odebrecht, que indicaria pagamentos a políticos. Na época, o ex-presidente da Casa disse que a planilha registrou doações legais, feitas ao partido (PC do B), e não a ele. Rebelo, porém, não está na lista de Fachin com base nas delações da empreiteira.
Histórico. Henrique Alves foi o terceiro ministro a sair do governo de Michel Temer, em junho do ano passado, após ser citado na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, dizendo que ele teria recebido propina de R$ 1,55 milhão entre 2008 e 2014.
Ele, que também foi ministro de Turismo no governo de Dilma Rousseff, foi preso nesta terça-feira(06/06/17) em operação da PF, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, para apurar atos de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro envolvendo a construção da Arena das Dunas, em Natal/RN. O sobrepreço identificado chega a R$77 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário