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25 de março de 2017

DEPOIMENTO DE DELATOR DA ODEBRECHT PODE LEVAR À CASSAÇÃO DE TEMER

Tema de discussões jurídicas e políticas, a diferenciação entre o caixa 2 e a propina não existia para o ex-chefe do setor de Operação Estruturadas, conhecido como "departamento da propina" da Odebrecht. 

Questionado pelo juiz auxiliar do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin em depoimento no dia 6 de março, Hilberto Mascarenhas afirmou que os valores para os dois tipos de pagamentos saíam das mesmas contas do setor abastecidas com caixa 2 da empreiteira.

O depoimento do delator foi no âmbito na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra a chapa Dilma Rousseff - Michel Temer, que pode levar à cassação do atual presidente e à inelegibilidade da ex-presidente. O tema foi alvo de perguntas do juiz instrutor e do advogado do presidente Michel Temer, Gustavo Guedes. Para o juiz, Mascarenhas afirmou não haver no entendimento diferenciação entre propina e caixa dois.

O juiz questionou: "Nesse setor de operações estruturadas havia algum tipo de diferença entre valores que corresponderiam a propina devida em contratos em geral e valores que seriam simplesmente caixa dois não contabilizado?”.

E Mascarenhas respondeu: "Para mim é a mesma coisa, viu, doutor. Propina, caixa dois e não contabilizado. é a mesma coisa. A única diferença que faço aí é que nós também pagávamos em determinado momento bônus do ano".


Ele afirmou também não poder afirmar que pagamentos em 2014 foram feitos para a campanha presidencial Dilma/Temer e que deixou o comando do setor das propinas meses antes da eleição.

O departamento de propina operacionalizava todos os pagamentos não oficiais da Odebrecht e chegou a movimentar, segundo ele, US$ 3,370 bilhões entre 2006 e 2014. Desse total, foram U$ 450 milhões pagos somente em 2014, mas ele não especificou o volume exato destinado a campanhas eleitorais neste ano, disse.

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