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19 de fevereiro de 2017

BONIFÁCIO ANDRADA É COTADO PARA ASSUMIR MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Após o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso recusar o convite para assumir o Ministério da Justiça, a disputa para comandar uma das pastas mais importantes da Esplanada voltou a tomar conta dos bastidores do meio político.

Nomes que estavam fortes na corrida pelo cargo, como o advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz e o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), estão praticamente descartados: o Palácio do Planalto teme que nomeação de qualquer um deles cause desgaste devido ao histórico de críticas à Operação Lava-Jato. Com isso, o vice-procurador-geral da República José Bonifácio de Andrada, que tem perfil técnico e bom trânsito entre os políticos, ganhou força.

A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados reclama da falta de espaço no governo e sonhava em emplacar o novo ministro, mas não deve ter sucesso na empreitada. O deputado e advogado Osmar Serraglio (PMDB-PR) chegou a ser cogitado, mas não tem apoio de todos os colegas. Pacheco, que contava com simpatia da bancada, enfraqueceu-se após vir à tona várias críticas dele ao Ministério Público.

um nome de consenso na Câmara e com a desistência de Velloso, o caminho está livre para Bonifácio, avaliam integrantes do governo. Caso ele seja indicado, contudo, Temer continuará com um problema dentro da própria cozinha. Isso porque a ligação do vice-procurador-geral com PSDB deve mexer com o brio dos deputados peemedebistas. Procurador da República desde 1984, ele entrou no Ministério Público (MP) antes da Constituição de 1988 e, por isso, sempre pôde manter carreira profissional paralela ao MP.

Bonifácio participou de governos tucanos por muito tempo. Esteve em cargos importantes nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso: foi consultor jurídico do Ministério da Previdência Social, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, secretário-executivo do Ministério da Justiça, subsecretário-geral da Secretaria-Geral e Advogado-Geral da União. Com o fim da era PSDB no governo federal, respondeu pela Advocacia Geral do Estado em Minas Gerais nos dois mandatos do ex-governador Aécio Neves (PSDB).

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