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16 de fevereiro de 2017

11,1 DE PESSOAS ENTRE 60 E 64 ANOS SOFREM DE DEPRESSÃO

Pesquisa Nacional de Saúde mais recente, de 2013, identificou que 11,2 milhões de brasileiros sofrem de depressão, classificada como “crise global” pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando agrupados por faixa etária, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram onde ela é mais grave.

A faixa dos 60 a 64 anos lidera o ranking, com 11,1% dos indivíduos diagnosticados. De acordo com especialistas, embora comum, porém, a depressão entre idosos está longe de ser “normal”.

A psicóloga Raquel Cohen, pesquisadora da Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, afirma que a visão pessimista e o desânimo característicos da depressão podem colocar em risco a saúde do idoso.

“Ao se sentir assim, ele tem menor probabilidade de ir em busca de tratamento, de mudar hábitos e atitudes que garantam um melhor autocuidado”, diz. Por outro lado, as doenças crônicas comuns na velhice também têm o potencial de influenciar o quadro depressivo. “Por exemplo, um idoso que começa a sofrer de incontinência urinária talvez tenha que se adaptar ao uso de fraldas geriátricas, o que o leva, muitas vezes, a diminuir significativamente a autoestima e sua participação em eventos sociais”, afirma a psicóloga

O psiquiatra gerontólogo Eduardo Nogueira diz que, enquanto a tristeza nem sempre está presente nos idosos deprimidos, há outras características que merecem atenção, como apatia, redução de contato social e negativismo. “Em situações assim, não é incomum ocorrer a depressão sem tristeza, que é menos perceptível para paciente, familiares e profissionais. Ou seja, atenção àqueles idosos que ficaram muito quietos.”De acordo com a pesquisa, mulheres têm risco maior de desenvolverem a doença, principalmente quando há isolamento social, viuvez e histórico de quadros depressivos.

O tratamento do idoso com depressão deve levar em conta essas particularidades e incluir estratégias além da medicamentosa, alerta a epidemiologista Gabriela Arantes Wagner, que critica o excesso de antidepressivos, como o da fluoxetina. Um levantamento do Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou que, de 1997 a 2012, o consumo de antidepressivos por idosos passou de 8,3% para 23,6%.

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