A Polícia Federal revelou que o Ministério da Cultura sabia de boa parte das irregularidades na operação da Lei Rouanet, que banca apresentações e shows culturais, especialmente com artistas famosos. A investigação, segundo os agentes, começou depois que muitas denúncias e provas ligando à impunidade no Ministério chegaram até ao conhecimento da PF.
Com provas cabais e chocantes, aos poucos os brasileiros descobriram que até festas de casamento foram bancados pelo dinheiro do próprio bolso. Estima-se durante a operação, denominada 'Boca Livre', que pelo menos R$ 180 milhões tenham sido desviados em uma farra de empresas e famosos.
A Polícia Federal esclarece que nem todos os artistas sabiam das irregularidades durante seus contratos, mas que muitos até ajudavam na hora de roubar dinheiro dos cofres públicos. Os nomes dos famosos investigados ainda não foram divulgados. No entanto, as empresas, cujos donos até foram presos, bancavam grandes shows, como dos cantores Roberto Carlos e Daniela Mercury.
Um escritório de advocacia de São Paulo também conseguiu aprovação para realizar uma "festa da firma". Ao todo foram R$ 200 mil. Com o dinheiro, o escritório de advogados contratou o humorista Fábio Porchat. Ele não é acusado de qualquer crime. Em entrevista à 'Folha de São Paulo', o contratado da TV Record disse que era impossível saber de onde vem o dinheiro, já que faz dezenas de shows.
Com 14 pessoas presas e mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a Polícia reúne novas provas para seguir em frente. Agora os documentos levam aos servidores do Ministério da Cultura, apontando que o governo sabia de tudo, mas não fazia nada. O atual Ministro, Marcelo Calero, nega que tenha tido participação do Ministério no crime, mas ele só assumiu a pasta há cerca de um mês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário