A executiva nacional do PT e a presidente afastada, Dilma Rousseff, adotaram tática comum a quem não tem mais argumentos para se defender no debate político: o factóide do plebiscito para novas eleições. O súbito empenho se deve tão somente ao fato de não haver mais qualquer chance de volta da petista ao Planalto e à tentativa de impedir Temer de continuar na Presidência da República, obtendo assim uma espécie de prêmio de consolação.
Dilma sempre refutou a ideia de novas eleições e em um primeiro momento poderia-se dizer que a mudança de posição se deve ao caminho sem volta do impeachment, mas tudo não passa de uma cortina de fumaça para evitar ter que responder sobre todas as revelações de corrupção reveladas pela operação Lava Jato e tentar tirar espaço no noticiário das operações Custo Brasil e Boca Livre, deflagrada hoje.
Sendo assim, Dilma e o PT tentam, em vão, limitar o debate político em torno da deposição da presidente a decretos de crédito suplementar e à contabilidade relacionada às pedaladas fiscais. A verdade, entretanto, é que o PT, Dilma muito menos, tem capital político para aprovar uma Emenda à Constituição para promover eleições presidenciais este ano. São necessários os votos de 308 deputados e 49 senadores, muito acima das capacidades do antigo governo, para aprovar matéria constitucional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário